A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) acaba de divulgar o fechamento de 2023, com um grande destaque para as plataformas de crowdfunding, que segundo a autarquia, tiveram a maior taxa de crescimento em comparação com o registro de demais participantes do mercado: de 26%, vs. 7% na média do mercado.
Camila Nasser, cofundadora e CEO do Kria, uma das principais plataformas de investimento em startups, explica que 2023 foi quando a CVM trouxe a tokenização e as SAFs para dentro do arcabouço regulatório do crowdfunding e a expectativa é que os próximos anos sejam de ainda maior crescimento. Para 2024, a autarquia trouxe mais uma vez o crowdfunding como uma das principais pautas regulatórias.
Diante deste cenário, a especialista elenca 3 pontos principais do que podemos esperar:
A CVM demonstra que o arcabouço regulatório do crowdfunding será a base do novo mercado de capitais, tanto tokenização e SAFs, quanto valores mobiliários em empresas de faturamento de até R$40 milhões, precisarão seguir a Resolução 88. Para que o mercado comporte a entrada de diferentes players, podemos esperar uma maior modularização da resolução atual, para melhor atender as particularidades dos diferentes valores mobiliários.
As plataformas de crowdfunding têm permissões ainda limitadas para organizarem as transações subsequentes para ativos distribuídos digitalmente, mas a CVM já tem projetos no sandbox para desenvolvimento da bolsa dos ativos alternativos, e a evolução natural do sandbox será um avanço regulatório para além das autorizadas via sandbox.
Com mais plataformas no mercado, de diferentes nichos, podemos esperar maior amadurecimento dos principais players: devemos ver ofertas públicas de valores maiores, e maior adesão do mercado tradicional através de divulgação e educação a investidores.