À medida que as fintechs continuam a introduzir inovações no mercado financeiro por meio da tecnologia, a presença das mulheres em cargos de liderança está conquistando protagonismo no setor, impulsionando as organizações rumo à equidade de gênero. É o caso da Pagaleve, fintech que oferece o Pix Parcelado como meio de pagamento no varejo, que tem um time no qual 52% dos colaboradores são mulheres e 40% da alta liderança é feminina.
Em um cenário onde a igualdade de gênero emerge como uma prioridade estratégica para organizações ao redor do mundo, novos dados revelam a crescente influência das mulheres na liderança. Segundo uma pesquisa conduzida pela Bain & Company em colaboração com o LinkedIn em 2019, no Brasil, 82% das mulheres e 66% dos homens reconhecem a importância de alcançar a igualdade de gênero no ambiente de trabalho.
Essa percepção reflete não apenas uma demanda por equidade de gênero, mas também uma compreensão cada vez maior do impacto positivo da diversidade de gênero na inovação e no crescimento das empresas. Apesar disso, dados do Ministério da Economia revelam que, embora 43,8% dos cargos de gestão sejam ocupados por mulheres, a maioria dessas posições está concentrada nos níveis inferiores de chefia, como gerentes, supervisores e analistas operacionais, destacando a permanência de desafios rumo à equidade de gênero nos cargos maiores de lideranças.
Como um caminho para mitigar esse cenário, algumas empresas começaram a criar caminhos para auxiliar a igualdade de gênero dentro das companhias também em cargos mais altos. Na Pagaleve, além de vagas afirmativas destinadas à mulheres, também há ações internas como treinamentos e trocas em grupos.
“Já temos uma defasagem histórica quando o assunto é equidade. Por conta disso, precisamos de ações que foquem em garantir um ambiente diverso. As vagas afirmativas são um exemplo muito próximo desse tipo de decisão e que funciona bem na prática. É importante dar espaço e reconhecimento igualmente para todos e nós, como empresa, somos responsáveis por isso. Quando há diversidade nos times, seja ela de gênero, classe social, raça, etc, há também tomadas de decisão mais ricas”, comenta Daniela Batista dos Santos, 47 anos, CFO da Pagaleve.
Carolina Botelho, 38 anos, Diretora de RH da Pagaleve, acredita ser necessário facilitar algumas entradas para igualar as condições e oportunidades. “As vagas afirmativas podem cumprir este papel. Existem inúmeros benefícios de termos mulheres na Liderança, e o primordial é ser uma empresa inclusiva e diversa genuinamente e não pensando apenas em cumprir uma boa estatística”, afirma.
Para este ano, a porta-voz conta que está previsto o lançamento de um programa de mentoria para aquelas que desejam alcançar um cargo de liderança na empresa. “O fato de ter mulheres em posições de liderança na companhia auxilia na tomada de decisões inclusivas. A diversidade é importante e o equilíbrio é fundamental para visões diferentes que trazem o sucesso”, finaliza.
Mulheres que moldam o futuro
A expectativa para o futuro é boa. Nos últimos cinco anos, houve um aumento de 60% na presença feminina no mercado de tecnologia, conforme estudo da Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Em 2021, especificamente, o Banco Nacional de Empregos registrou um aumento de candidaturas femininas para vagas no setor de tecnologia, com mais de 12,7 mil candidaturas, em comparação com 10 mil no ano anterior.
Para Botelho, a pluralidade pode trazer olhares diferentes e abordar temas que talvez não fossem pensados caso o ambiente fosse homogêneo, principalmente no ramo de tecnologia – predominantemente masculino.
“Cada vez mais as mulheres estão desempenhando funções que por muitos anos nos ensinaram que não eram para nós. Sinto que hoje já temos uma geração sendo criada para estar onde gostaria de estar e fazer o que gostaria de fazer”, comenta a Diretora de RH.
Essa mudança impulsionada pelas fintechs já começa a ser percebida pelo mercado. O levantamento “Gender diversity, a corporate performance driver”, feito pela McKinsey, aponta que as empresas com mulheres em posições de liderança veem um resultado operacional 48% maior e uma força de crescimento no faturamento 70% maior, quando comparado com a média da indústria.
“A presença feminina em áreas de tecnologia faz com que os produtos desenvolvidos e suas funcionalidades possam refletir uma maior diversidade e atender melhor os consumidores em geral, não apenas um perfil específico. Sempre que o perfil populacional puder estar melhor representado em cada projeto e produto de tecnologia maior a sua chance de sucesso. A equidade de gênero traz às empresas uma chance maior de agirem com imparcialidade e justiça”, comenta Fernanda Pascale, 49 anos, Diretora Jurídica da Pagaleve.
Os dados são positivos para um futuro com igualdade no setor, porém, o caminho se mostra longo ao analisar os índices de formação no Brasil. Na área de Computação e Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC), só 18% dos matriculados são mulheres, segundo dados extraídos do Censo da Educação Superior 2022, recém-publicado pelo Ministério da Educação (MEC).
“As mudanças são lentas mas tenho esperança que esse cenário se transforme e para isso devemos estar preparados, orientando e empoderando as meninas que estão no início da carreira nas áreas tech”, destaca Carolina Botelho.
À medida que mais mulheres se destacam e ingressam no mercado de tecnologia, esses dados ressaltam uma mudança significativa no panorama profissional. Esse movimento, além de fortalecer a diversidade e a inclusão no ambiente de trabalho, também impulsiona a inovação e o progresso na indústria de tecnologia.